Sob pressão até 2014
Os próximos quatro anos deveriam ser de festa para o Brasil. O ótimo momento econômico, com crescimento acima de 7% em 2010, deve se manter no futuro próximo. Além disso, o país estaria contando, orgulhoso, os dias até a realização da primeira Copa do Mundo em solo nacional desde 1950. Mas o direito de receber o Mundial, honra com a qual gerações de brasileiros sonharam, tem se mostrado um desafio gigantesco.
Com o fim da participação brasileira na Copa da África do Sul, espera-se para os próximos dias ou semanas uma posição da CBF e da Fifa sobre o papel da cidade de São Paulo na Copa de 2014. Falta ainda saber o que será de Curitiba no Mundial. E de Brasília. E de todas as outras cidades-sede. E da estrutura dos aeroportos que deverão receber dezenas de milhares de turistas estrangeiros. E de tudo mais que precisa ser feito e ainda não foi iniciado. A obra do trem-bala, que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, foi descartada para a Copa, ficando apenas nos planos da Olimpíada carioca de 2016. Não se sabe ainda onde ocorrerá a abertura do Mundial. O plano atualmente considerado para a maior cidade do país prevê a construção de um moderno estádio em um terreno onde hoje não há nada, nem conexão de transporte, público ou privado. Enquanto no Mundial de 2006, na Alemanha, a maioria do investimento veio da iniciativa privada, o Estado brasileiro pagará a maior parte da conta de 2014. O governo aposta que o bom momento econômico nacional será mantido para que o poder público possa financiar tal empreendimento. Há muito mais perguntas do que respostas, a quatro anos da tão esperada segunda Copa brasileira.
E, agora, além de realizar uma Copa a toque de caixa, precisando mostrar ao mundo que realmente merece ser visto como uma nova potência, o Brasil precisará vencer. Após os fracassos de 2006 e 2010, a expectativa pelo sucesso de quem for o próximo treinador da Seleção daqui a quatro anos será imensa. O fantasma de 1950 voltará, assim como o medo de que o Brasil repita a Itália de 1990 e a Alemanha de 2006, recentes perdedores dentro de casa. Criticado pela Fifa por seus atrasos, em meio a uma crise envolvendo a cidade de São Paulo e sem ter garantidas importantes obras de infraestrutura, o Brasil já passaria os próximos quatro anos sob enorme pressão para que realize um Mundial de sucesso. Com o fracasso de Dunga na África, o Brasil também terá, na opinião de muitos, a obrigação de erguer a taça.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Pessimista,entendo que foi assim a sua visão Rogério simões! Obviamente que não se constói nada apenas com discursos Governamentais, mas acredito sim que o Brasil e a iniciativa privada haverão de se unirem para estruturarem os projetos executando-os no prazo exigido, é preciso acreditar e lutar .
O Brasil nao precisa da Copa 2014. O que falta lá é seriosidade. O superfaturamento vai "custear" os invesntimentos da tal "iniciativa privada". É muita tramóia mesmo.
O mundo hoje não necessita de papo furado da FIFA, achando que ela é uma estrela de maior grandeza do que as instituições governamentais. Lula está certo, a FIFA dá muito palpite pensando no quanto ela vai lucrar com a copa e o povo brasileiro que se "dane".
Esta na hora de repensar o futebol mundial e a FIFA se democratizar mais junto com a CBF.