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Liberdades de imprensa

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Rogério Simões | 2007-08-02, 15:33

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Durante meu curso de jornalismo na USP, tive a oportunidade de conversar com um antigo professor, que já havia encerrado suas atividades na faculdade havia anos e tinha orgulho de seu conservadorismo. Em uma discussão sobre liberdade de imprensa, ele me disse algo como: "O jornalista acha que liberdade de imprensa dá a ele o direito de escrever o que quiser no jornal onde trabalha. Mas liberdade de imprensa significa apenas que qualquer um tem a liberdade de criar (ou comprar) seu próprio jornal e nele escrever o que quiser." Se seguirmos essa lógica, poucos têm conseguido exercer os direitos estabelecidos por tal liberdade como o empresário Rupert Murdoch (foto acima).

Com a aquisição da Dow Jones, dona do "The Wall Street Journal", Murdoch e seu impressionante grupo News Corporation acrescentam um dos mais prestigiados jornais do mundo à sua coleção de uma centena de outros títulos. Murdoch já era dono da Fox (Fox News, 20th Century Fox, Fox Mulder...), da Sky TV, dos jornais britânicos "The Sun", "News of the World", "The Times" e "The Sunday Times", da editora HarperCollins e do site MySpace, para ficar entre os mais conhecidos. E o que nunca faltou a Murdoch foi o exercício da "liberdade de imprensa" que o antigo professor de jornalismo pregava. O empresário, que nasceu na Austrália, mas obteve cidadania americana e conquistou boa parte do mundo, é conhecido por exercer influência na linha editorial e no conteúdo dos jornais de sua propriedade.

Um ex-editor do Sunday Times, Andrew Neil, disse à 鶹Լ que Rupert Murdoch faz questão de deixar sua marca nas suas publicações. "Ele tenta contratar editores que pensam como ele", afirmou. "Quando há algo sobre qual ele tem uma opinião forte ou quando seus interesses comerciais estão em jogo, ele não deixa dúvidas sobre o que ele quer que você faça." Neil parece concordar com o conceito de liberdade de imprensa exposto acima. "Eu acho que, se você é dono do título, você tem o direito de intervir." Mas, se todos os empresários de comunicação pensarem e agirem como, aparentemente, faz Murdoch, como pode o leitor confiar no que dizem esses veículos de comunicação? Será que tudo o que eles publicam está, de alguma forma, sob suspeita?

Uma saída é a transparência. O leitor sabe que empresários têm seus interesses e que estes poderão, em algum momento e de alguma maneira, estar representados no jornal. O que o incomoda, e pode vir a prejudicar a credibilidade da publicação no longo prazo, é qualquer tentativa de um jornal ou revista de esconder tais interesses, dizendo-se imparcial e distanciado quando na verdade tem um interesse direto (comercial ou político) em uma cobertura. Para evitar isso, o veículo deveria revelar sua posição, se tiver alguma. O jornal vai noticiar um negócio que poderá favorecê-lo ou prejudicá-lo? Deixe então isso claro em um editorial ou, se possível, na própria notícia. O leitor agradecerá a honestidade e confiará mais no veículo, mesmo que não concorde com ele.

Vocês perguntariam: e na 鶹Լ, como fica? Bem, como eu já disse aqui mais de uma vez, a 鶹Լ não tem opinião ou interesses. A 鶹Լ é de propriedade da sociedade britânica, e não é possível assumir os interesses de 60 milhões de donos. Portanto não há posições a serem defendidas, e a saída nesse caso é a eterna busca do equilíbrio, da imparcialidade, da neutralidade, custe o que custar. Se não há como ser a favor de todo mundo, a 鶹Լ não pode ser a favor de ninguém, o que para a corporação tornou-se um princípio estabelecido por lei. Para o jornalista, a diferença é clara: num jornal de propriedade de um empresário intervencionista, o repórter pode ter de escrever o que o patrão manda, mesmo contra a sua opinião pessoal. Já o jornalista da 鶹Լ não pode defender visão alguma, nem a própria.

O pobre do repórter, então, fica sem espaço para expor suas idéias, suas opiniões? Não exatamente. Colunas opinativas sempre fizeram parte da realidade de qualquer jornal, e nelas costumam aparecer idéias contrárias à do dono do veículo. O grau de liberdade vai depender do compromisso do proprietário com o pluralismo, e é muito comum que haja limites internos. A solução para o profissional de imprensa que não aceita nenhum tipo de controle, seja a imposição das idéias do patrão ou a obrigatória imparcialidade da 鶹Լ, veio com a internet. Sites pessoais, blogs e espaços independentes de discussão proliferam e atraem um público cada vez mais interessado em jornalismo opinativo. Diante deste admirável mundo novo, o veterano professor ficaria pasmo. Por essa liberdade de imprensa ele não esperava.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 03:36 AM em 03 ago 2007, Altino Correia escreveu:

    A primeira vez que ví a logomarca
    Murdoch, impressa, foi num litro de whisky que adquirí na Inglaterra há mais de 20 anos, que trouxe para o Brasil na minha viagem de volta. Agora vejo esse nome, identificando uma alta personalidade ligada à comunicações, com uma excelente folha de serviços em defesa da liberdade de imprensa. Isso é motivo de júbilo, para quem (como eu), se dedica a essa atividade no campo jornalístico. Em se tratando de um renomado jornalista e empresário internacional, ganha maior prestígio. Nas mãos do famoso empresário Murdoch, o The Wall Street Journal passa a ter condições de sobra para a conquista do mercado mundial.Por consequência, abre novos horizontes para as comunicações da atualidade, ampliando assim o mercado de trabalho, que tem à sua espera muita gente capacitada para o exercício profissional. Pelo menos no Brasil, essa idéia precisa ser valorizada e oferecer aos profissionais contratados novas oportunidades, liberdade de ação e autonomia para o desempenho e o exercicio de suas atividades.

  • 2. à 04:27 PM em 03 ago 2007, ana luisa escreveu:

    Nossa. Existem jornalistas que acreditam que liberdade de imprensa pode muito bem ser sinônimo de panfletagem? E que lecionam na USP?
    Ai.

  • 3. à 05:45 PM em 03 ago 2007, Miguel Lenz escreveu:

    O problema da liberdade da imprensa é tão antigo quanto a criação da primeira escrita da humanidade, pois esta liberdade, obviamente, pode prejudicar algum tipo de interesse e defender outro. Assim, nunca existiu realmente neutralidade da imprensa de forma absoluta: sempre ocorreram episódios mais ou menos a favor de uns e contra outros. A própria 鶹Լ, mesmo com seu admirável trabalho em prol da informação para a democracia de maneira mais isenta possível, teve seus "pecadilhos", como o foi durante a Guerra das Malvinas cujo noticiário tinha um "viés pró britânico", mesmo quando um couraçado argentino foi a pique com centenas de jovens marinheiros, afundado por uma submarino nuclear inglês, numa disparidade de forças fragrante e covarde.Além disso, durante as guerras africanas anti colonialistas, a 鶹Լ também tinha esse viés, só que de uma maneira mais direta.Portanto, se a 鶹Լ, esse extraordinário meio de comunicação ao qual o Ocidente pode se orgulhar, também teve algumas “recaídas” a favor de algum tipo de interesse sectário, colonialista e corporativista, o que podemos esperar dos outros?

    Aliás, uma das causas da derrota da Alemanha Nazista (que muitos pouco sabem) foi a 鶹Լ, não tanto pelo apelo que fazia contra o domínio Hitleriano na Europa, estimulando a revolta dos povos subjulgados, mas por ter um noticiário isento e imparcial, mostrando, inclusive, cenas de derrotas dos aliados. Essa imparcialidade e apego à verdade foi decisiva para os europeus, pois era a verdade dita contra a mentira de Goebels, permitindo que esses povos se organizassem contra o Nazismo a partir de referências confiáveis. Dizem que até o alto comando Hitleriano se baseava no que dizia a 鶹Լ para estudar a situação da guerra, pois o que Goebels afirmava diariamente, não passava de pura propaganda e mentira desvalida.

  • 4. à 06:32 PM em 03 ago 2007, Bernardo escreveu:

    Liberdade de imprensa é isso! Não haverá ser humano imparcial quando pode haver proveito próprio seja a curto, médio ou longo prazo.Seria mais honesto aos leitores, caso tornassem público a sua inclinação, mas isso é utópico.

  • 5. à 06:46 PM em 03 ago 2007, andre deak escreveu:

    Rogerio, o único problema ainda é a inclusão digital. Diferente da Inglaterra, não é todo mundo que consegue acesso para ter um blog...

  • 6. à 06:54 PM em 03 ago 2007, Gildcley Luiz escreveu:

    Chateaubriand já dizia que quer quiser opinar que compre seu próprio jornal. Eu como mero estudante de jornalismo, mesmo contra vontade não poderei ir de encontro aos interesses de meus futuros chefes. Realmente pude assistir recentemente que não há liberdade de imprensa em uma empresa privada. O editor-executivo do principal jornal daqui de Pernambuco foi demitido após ter autorizado que uma matéria sobre trabalho escravo em uma fazenda no Mato Grosso. O detalhe que a fazenda era do proprietário de outro grande jornal pernambucano, que de imediato ligou para o concorrente/amigo pedindo que provodências fosssem tomadas, e lá se foi a cabeça do editor do jornal. Se acontececom editor quem dirá com meros reporteres. Por enquanto a internet é o refugio do jornalismo livre. VIVA OS BLOGS!!!

  • 7. à 08:22 PM em 03 ago 2007, Sam escreveu:

    Somente depois de começar a acompanhar esse blog fiquei sabendo do lema da imparcialidade da 鶹Լ (que apareceu recentemente num outro post). Honestamente, pensava que era mais um discurso politicamente correto do que imparcialidade de fato. Mas depois de acompanhar a cobertura da 鶹Լ sobre aquele problema com programas de concursos fraudados na própria 鶹Լ, e de ver uma jornalista inquirindo, árdua e impassivelmente, um executivo de alto escalão da sua própria empresa sobre o problema, percebi que não se trata só de discurso, mas sim de uma prática de fato buscada no exercício da profissão.
    Ponto para a 鶹Լ!

  • 8. à 11:10 PM em 03 ago 2007, Anonymous escreveu:

    Nao existe liberdade de expressao assim como nao existe neutralidade. Toda visao eh um ponto de vista. A 鶹Լ por ser publica eh mais plural e permite divergencias, mas num governo totalitario um meio publico tambem limita a pluralidade. O que pode ser feito eh proibir conglomerados como o citado no texto

  • 9. à 01:54 AM em 04 ago 2007, Miguel Lenz escreveu:

    Não há duvida nenhuma que os blogs vieram revolucionar a questão da liberdade de imprensa. Têm razão os ilustres companheiros deste blog a respeito da quase total falta de liberdade jornalística na empresa privada que vá contra os interesses da organização Não há como contrariar o patrão, e o exemplo mostrado de Chateaubriand é perfeito: Até Getúlio Vargas tinha medo dele!

    Em contra partida , peço aos ilustres colaboradores deste blog que pensem outra situação: E quando o Estado é dono do jornal, como fica? Meu Deus do Céu!, deve ser o "fim da picada"!!

    Graças a Deus, mesmo nos dias mais sombrios de algumas ditaduras que dominaram nosso povo, não tivemos o controle absoluto do Estado sobre o jornalismo, como ocorreu nas falecidas URSS, Alemanha Nazista, Itália Fascista, etc.Portanto, apesar dos pesares, a imprensa no regime capitalista é a única que possibilita algum tipo de liberdade de opinião que vá contra interesses acoplados no jornal, a partir dos próprios integrantes da organização. É um espaço pequeno, mas existe... Não há dúvida nenhuma.!

    O problema dos blogs me parece que é o excesso de liberdade de opinião (posso estar errado...), ou seja, todo mundo defendendo pontos de vista particulares de forma exacerbada, à vezes, o que acaba não esclarecendo quase nada e provocando mais confusão do que colaboração. É por isso que certos blogs, inclusive alguns de grandes jornais on line, acabam na mediocridade e muitas vezes na pura agressão entre os membros.Neste aspecto, os blogs da 鶹Լ representam um lenitivo aqueles blogueiros que querem opinar sem serem agredidos por alguns mal intencionados, ou sim plesmente rabiscadores pornográficos.Além de exibicionistas de plantão que utilizam tais espaços para refrescarem seus egos narcisistas

    Parabéns, 鶹Լ!

  • 10. à 02:07 AM em 04 ago 2007, Miguel Lenz escreveu:

    O único reparo que posso fazer a este excelente blog, comandado pelo sr. Rogério Simões, é que a 鶹Լ deveria diversificar mais os temas tratados e isso não fugiria da linha editoral da mesma, afinal, é um serviço mundial e praticamente abrange a todos temas e assuntos. Se assim, o fizer, logo será o blog mais lido na Internet.
    Acredito que logo isso acontecerá.

  • 11. à 02:21 AM em 04 ago 2007, Marcio1967 escreveu:

    Não vejo nenhum problema em se defender a liberdade de imprensa. Só que como toda liberdade, deve-se assumir a responsabilidade das consequências desse uso. Não se pode permitir que sob pretexto de defesa da liberdade de imprensa haja a imputabilidade. Um exemplo clássico é o Brasil, onde quem mima a imprensa simplesmente ganha as eleições. Canais de TV que encomendam pesquisas de intenção de voto nitidamente direcionadas a levar o povo acreditar que existe uma maioria e induzi-lo a segui-la. Mídias que funcionam como verdadeiros diários oficiais do governo. Argumenta-se que a atual legislação prevê punição no código civil contra o abuso do poder de formação de opinião. MENTIRA! A grande mídia está totalmente livre para difamar, destruir, subverter e incutir valores na forma que lhe interessa. Outro exemplo clássico é o enxovalhar a instituição casamento nas telenovelas, incentivando-se o adultério, a mentira, a promiscuidade, e depois vemos as consequências na formação das gerações. Argumenta-se que apenas se reflete a realidade. Outra MENTIRA! Ela foi modificada sistematicamente durante décadas pela mídia formadora (não refletora!) de opinião. Por isso defendo mecanismos de controle, ou no mínimo de contraposição, no que diz respeito a defesa dos valores tradicionais como fidelidade, família, moralidade, direito a heterossexualidade, e o direito a não querer ser papo-cabeça ou "moderno". Novo não é sinônimo de bom, é simplesmente novo, isso serve para velho, moderno, etc. O erotismo desvairado nas propagandas, propaganda de bebida totalmente liberada (ao menos no Brasil) como se o álcool fosse mais incocente que o tabaco e as drogas e não causasse 90% dos acidentes de trânsitos que matam mais que muitas guerras, as "cervejinhas" que destróem muitas famílias vítimas do alcoolismo, etc. Tem que se pensar muito nesse negócio de liberdade total, pois tudo em tudo deve-se ter parâmetros.

  • 12. à 05:32 PM em 04 ago 2007, Elias Mouret escreveu:

    Afirmar que a 鶹Լ não tem interesses porque é da sociedade britânica é de uma ingenuidade muito grande. Não são apenas indivíduos que tem interesses. As sociedades também...por isso se organizam e defendem este ou aquele ponto de vista. seria mais sincero assumir um editorial(mesmo que pluralista) a afirmar uma coisa assim. O que se vê normalmente, são veículos de imprensa tomarem alguma posição e depois fazerem um joguinho dizendo que é a opinião da sociedade.Não é esse o caso da 鶹Լ? Não há imparcialidade na imprensa e isso não é mau ou bom. A questão é assumir claramente uma opinião.

  • 13. à 05:02 PM em 05 ago 2007, marcos escreveu:

    Pelamordedeus!!!! Liberdade de imprensa só existe na cabeça do jornalista......em terras tupiniquins, onde meia dúzia de jornal é propriedade de meia dúzia de famílias, muitas das quais receberam dinheiro público através dos tempos para gerirem seus negócios, falar em liberdade de imprensa é piada, risos.
    Quanto aos blogs, acho que podem ser um tanto imparciais, mas só no que expõem, pois não estão submetidos a nenhum tipo de controle, seja legal ou de conteúdo, ou mesmo um linha editorial pré-definida.....aliás, controle é algo que jornalistas gostam de cobrar dos outros, mas se submeter a uma forma de controlar a fim de manter um "padrão de qualidade" é coisa que eles intitula como censura, risos.
    Aqui, no Brasil, qualquer um pode ser jornalista, basta saber "iscrever", risos, por mais absurdo que pareça, dia desses, um "jornalista" no interior de São Paulo foi executado por divulgar reportagens sobre corrupção, ou seja, mesmo se intitulando jornalista, não teve nenhuma proteção da categoria, seja na forma de veicular as reportagens, seja na forma de obtê-las sem se expor. Caso emblemático é de pessoas que foram imputadas como pedófilas e não se obtiveram provas de tal conduta, mas a imprensa já tinha sumariamente executada a reputação das pessoas envolvidas.
    É pra se pensar......mas no fundo, liberdade, liberdade de imprensa não existe......Murdoch que o diga, risos.

  • 14. à 08:33 PM em 06 ago 2007, Milton Júnior escreveu:

    Por falar em liberdade de imprensa, aqui no Brasil passamos por um momento bem interessante, onde a imprensa excerce um papel fundamental, publicando e denunciando escândalos dos altos do governo. MAS... nunca sabemos, afinal, veículos como a "global", que já foi pega agindo de má fé dando um empurrãozinho em Fernando Collor (até hoje, comprovado no documentário "Muito além do Cidadão Cane"). A manipulação de pesquisas e resultados influenciaram diretamente o povo, quem alguns meses após, retiraria o próprio Collor do governo na força.

    Aliás, ninguém processou o canal. Nem mandaram fechá-lo (no maior estilo "a lá Hugo Chavez"). Muito menos, mandaram prender o editor ou quem estivesse por trás das máscaras.

    No Brasil, acho que temos muitos exemplos de veículos que utilizam desta liberdade para mascarar-se como ovelhas. Acredito que no mundo todo é assim, mas quero dizer que por aqui, na terra da "Ordem" e do "Progresso", há muito mais mistérios entre o telespectador e a VERDADE do que sonha nossa vã honestidade.

    Um dos motivos pelo qual leio mais o site da 鶹Լ Brasil (ou sítio, em homenagem a Ivan Lessa) é que, como já disse o "Sam" acima, na 鶹Լ, por ser uma empresa mantida pelo povo, há uma transparência maior... muito maior do que eu posso imaginar.

    O fato do povo controlar e manter um meio de comunicação, torna o trabalho do editor, do jornalista, do apresentador.. de todos da equipe... muito mais simples e com objetivo real e alcançável. Nada como a missão fantasiosa de muitos espalhados pelo mundo (ao estilo FOX News, canal cujo excluí da minha televisão).

    Acredito que, na 鶹Լ, exista liberdade de imprensa sim. Pena que no Brasil, algo assim não funcionaria. Não pelo povo, mas sim pelos governantes, que além de desviar muita grana, colocariam só parentes para controlar tal meio de comunicação.

    Realmente, uma pena.

  • 15. à 01:36 AM em 07 ago 2007, Miguel Lenz escreveu:

    Lógico que a 鶹Լ tem um viés de defesa de certos interesses acoplados ao contexto econômico, politico e social do Reino Unido, afinal, sempre foi uma espécie de “informativo do Governo Britânico” e de suas políticas. Todavia, a 鶹Լ , dentro do possível, tem se mantido neutra em muitas questões polemicas e que possuem interesses sectários de monta, como na explosiva região do Oriente Médio.Portanto, acredito que este serviço mundial, apesar de alguns senões, continua sendo um dos mais fiéis portadores de informações a nível mundial justamente por sua fidelidade à verdade.Recorda-se que durante o período de algumas ditaduras militares na América Latina, como no Brasil e a Argentina, a 鶹Լ teve a coragem de denunciar muitos desmandos desses governos, mesmo contra possíveis interesses de exportadores Britânicos.

    Falando com um velho refugiado polonês da Segunda Guerra Mundial (hoje falecido ), dizia-me ele que o que mantinha o ânimo de seu povo, durante o bárbaro domínio Nazista, era o noticiário da 鶹Լ que transmitia esperanças sólidas de futura libertação d aquela monstrousidade . E isso era creditado, basicamente, ao fato de que a 鶹Լ procurava não fanta siar as noticia s agradáveis, exagerando-as, mas mostrando a realidade da guerra como ela se desenrolava , inclusive os reveses dos aliados.Assim, o sofrido povo polonês sentia esperanças no chegar das ondas da 鶹Լ, mesmo quando os rádios tinham de ser ligados em baterias de carros e funcionavam precariamente escondidos da Gestapo.

  • 16. à 09:25 PM em 07 ago 2007, Anonymous escreveu:

    A respeito de tais radios antiguíssimos na época da Segunda Guerra Mundial, este mesmo polonês me contou uma estória curiosa e interessante:Quando os ta nques alemãs entraram em Varsóvia, no final de fevereiro de l939, praticamente acabou qualquer comunicação dos habitantes de Varsóvia com o mundo, e era um perigo mortal insinuar que alguém sintonizassem a 鶹Լ, por exemplo, através de baterias de carro com rádios poloneses

    Um dia esse polonês, ainda jovem, encontrou um rádio Telefunken alemão jogado na rua mas em bom estado, levando-o para casa e o ligando a uma bateria velha de carro, o que permitia que ouvisse informativo dos aliados, demonstrando que a guerra continuava e a esperança também Um noite bateram na sua casa: era a Gestapo!Haviam denunciado (algum polonês colaboracionista) que no local .estavam ouvindo “rádio inglesa”( diga-se; 鶹Լ ), crime punível com a morte.Mas, depois do susto do jovem polaco e seus familiares, uma surpresa: O chefe da policia, na vida civil radio técnico e fanático por ondas curtas, acabou ligando tal rádio e, como tinha marca alemã, começou a fazer enormes elogios ao mesmo, o que permitiu ao jovem polonês afirmar que utilizava tal aparelho para sintonizar a Rádio de Berlim, pois era um admirador da Alemanha e de Hitler (ele conhecia algumas palavras em alemão).Feitas tais afirmações, o oficial Nazista simplesmente fez uma advertência para que não sintonizasse a 鶹Լ mas que podia continuar ouvindo a “Grande Rádio de Berlim”

  • 17. à 01:38 AM em 08 ago 2007, valmir perez escreveu:

    Bem, com tudo o que estamos assistindo na mídia nesses últimos anos fica tudo bem claro: Para que comprar jornal? Os blogs são muito mais confiáveis. Acho que chegou a hora do consumidor dar o troco.

  • 18. à 06:32 PM em 08 ago 2007, chico escreveu:

    A liberdade vigiada é o preço que os formadores de opinião da classe média paga por falarem o que os seus corados patrões exigem.A nossa sociedade não evolui,as favelas precisam ser pavimentadas para que os fornecedores do pó branco da alegria daqui de baixo, seja o operário,ou melhor,colaborador na construção de uma sociedade mais justa.
    Em suma,liberdade de imprensa é sinõnimo de a quem você está a serviço?

  • 19. à 03:37 PM em 09 ago 2007, Julio Gerardo Moreyra escreveu:

    Liberdade de imprensa vs. liberdade de expressão
    Liberdade jornalística vs. liberdade de pensamento.
    As primeiras vs. as segundas.
    Todos nós temos que procurar a liberdade de expressão efetiva.
    Declaração Universal dos Direitos Humanos (1947)
    Artigo 19°
    Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.
    ¿A 鶹Լ tem certeza de respeitar ao 100% esta sentença?.

  • 20. à 11:00 AM em 10 ago 2007, Milton Junior escreveu:

    Não posso responder pela 鶹Լ como empresa, mas eu acredito que este seja um dos poucos veículos de comunicação que ainda tenha um respingo de liberdade, no sentido de que qualquer irregularidade, seja denúnciada, uma vez que a emissora é um meio público.

    A parte de que a empresa é mantida pelo povo e controlada pelo povo, me fascina. Sério mesmo. Estou devendo uma visita à instalações da empresa em Londres por isso.

    O que me preocupa é o governo. Todos os governos em si. Não tenho uma opinião pronta sobre o governo britânico, mas tomara que seja completamente diferente do modelo norte-americano. Isto considerando o fato de o governo "controlar" o veículo.

    Como já citei no outro post; no Brasil, conhecendo bem nossa política, um modelo assim de emissora (controlada pelo povo e PELO GOVERNO) não funcionaria. Um bom exemplo disto é a capacidade do governo resolver problemas internos (Senado, Câmara e Calheiros Ltda). Pense então o que seria deste governo, se tivesse controle sobre uma emissora de televisao do povo, a nível mundial, como a 鶹Լ.

    Ainda sobre os blogs, concordo com o amigo que comentou que os blogs são a voz do povo, como se fosse a momento do troco. Diante tanta limitação, os blogs representam um grito, o famoso feedback que tanto se fala em disciplinas de Teoria da Comunicação, em universidades.

    Um bom exemplo disto é este blog onde estamos.

  • 21. à 04:28 PM em 13 ago 2007, Glener escreveu:

    No caso do Brasil nossa mídia se torna a cada dia mais repetitiva e imparcial. O papel primário da mídia seria levar a informação para seu consumidor final e este por sua vez tirar suas próprias conclusões, o problema é que isso não acontece em nosso país e são muitas as pessoas com menos instruções educacionais que são alienadas por estas mídias . É impossível qualquer escritor ser imparcial , mas em minha concepção a mídia deveria informar mais e opinar menos .

  • 22. à 01:06 AM em 14 ago 2007, Vassalo escreveu:

    Liberdade de imprensa é cega, muda e surda. Aliás nem devia existir. Liberdade de imprensa é crime contra liberdade de expressão. Jornalista só escreve o que o Estado lhe garante, não o que a opnião pública lhe exige. Hoje em dia, jornalista é empregado de magnatas que estão ligados a grandes partidos politicos. Liberdade de imprensa é a pura negação da Liberdade!

  • 23. à 01:07 AM em 14 ago 2007, Vassalo escreveu:

    Liberdade de imprensa é cega, muda e surda. Aliás nem devia existir. Liberdade de imprensa é crime contra liberdade de expressão. Jornalista só escreve o que o Estado lhe garante, não o que a opnião pública lhe exige. Hoje em dia, jornalista é empregado de magnatas que estão ligados a grandes partidos politicos. Liberdade de imprensa é a pura negação da Liberdade!

  • 24. à 07:06 AM em 19 ago 2007, Silva escreveu:

    Um comentário como o que foi feito pelo Lula quanto as pesquisas não deve ser levado em conta, porque? Porque até onde ele estudou, estatística não estava inclusa na grade curricular, logo não era de se esperar nada diferente, certo?
    Outro ponto importante é a falta de compromisso com o povo.. Somos bucha de canhão, menipulados de todas as formas...No Amazônas é a mesma coisa..O governo do estado faz o que quer e nada é publicado....Porque? Pela falta de hombridade dos representantes da Globo nesta cidade que somente tem o compromisso de puxar o saco do governo....
    Mas sim , 鶹Լ..Creio haver uma grande controvérsia pois se ao povo interessa a verdade dos fatos porque haveria manipulação?? Somente haveria se o povo estivesse sendo enganado, o que não creio...mas...tudo pode acontecer...

  • 25. à 10:35 PM em 23 ago 2007, cristiano machado escreveu:

    O fato da palavra liberdade, nunca vai se encaixar nas redações, pois a voz da notícia não é pública e sim empresarial, mas o "fato" este sim é público.

  • 26. à 08:20 AM em 27 set 2007, Giulianno escreveu:

    Eu estava ainda há pouco escrevendo - com a liberdade de imprensa - para meu blog (em construção) sobre um mau hábito que o nosso tempo impõe aos cidadãos, a saber, os noticiários, sobretudo os da tv aberta. Porque quase a totalidade das matérias não dizem respeito diretamente à pessoas e são nocivas à medida que provocam emoções depressoras sistematicamente durante muitos anos. - Sorte serem apenas hábitos que se pode eliminar.

    Por outro lado, a emprensa escrita é capaz de oferecer produtos melhores, pois, sem os artifícios das imagens que alardeam fogo e entonações dramáticas de um texto viciado, sugere o raciocínio. Justamente a isso deve-se meu elogio e meu aparte:

    Eu gostaria de fazer uma observação a respeito de um trecho de sua matéria, quando o senhor fala da impossibilidade de a 鶹Լ assumir interesses de 60 milhões de "acionistas", tampouco de apenas uma, e ao repórter, sequer a sua própria opinião. Quando li isso, e sempre quando penso em uma análise neutra, penso uma fotografia, seria isso: a fotografia de um "fato". Parece muito com a tentativa filosófica de apanhar e determinar a "coisa em si", com isenção, sem mácula de nossos pré-conceitos ou intenções ulteriores.

    Mas, ao fim, se descascamos todas as superfícies que se querem aderir ao material de fato, não teríamos de descrever um acontecimento simplesmente como A causou dano a B? Mas me parece que mesmo essa fórmula contém "dedinho" de alguém.

    Está pressuposto sempre uma hierarquia de valores e portanto um sujeito: sempre há uma força interpretativa. Quem, pois, poderia ser o sujeito da 鶹Լ? "O puro intelecto?" No máximo se está apenas a julgar o abuso da força. Poderiamos, então, pensar o sujeito o defensor dos direitos humanos e do cumprimento da carta social.

    Mas é melhor não dizer isso porque pode se assemelhar a uma bandeira, e uma bandeira é sempre um alvo. O anonimato do sujeito é justamente seu poder, arma de defesa e ataque. Mas, há o sujeito. Não há?

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